sábado, 9 de abril de 2022

#ItsNOTallAboutMusicRecomienda: "Medhead", el nuevo álbum de Cosmo Vitelli

Benjamin Boguet, mejor conocido como Cosmo Vitelli, volvió a publicar en larga duración bajo su propio sello I'm A Cliché. Sin tomar en cuenta el doble LP que lanzó vía Malka Tuti a finales de 2019 con colaboraciones vocales de Fantastic Twins, "Medhead" es el tercer álbum del DJ y productor en solitario (aunque, ni tanto, porque en cinco de los ocho tracks que lo componen contó también con la colaboración vocal ahora de Truus de Groot) tras el "Vidéo" de 1998, editado en Disques Solid, y "Clean" del 2003 editado en Virgin.

Al francés basado en Berlín le gusta crear tramas oscilantes, atmósferas misteriosas que rumean hasta que la narratividad del disco las suspende, las afila y las industrializa con percusiones amartilladas que luego juegan a una suerte de indie-disco-ácido. Por momentos drone-electro, tenso y lento, como el movimiento en travelling nocturno de una cámara infrarroja, podría ser el soundtrack de una película de terror psicológico arrítmico hasta que el brillo melódico de los sintetizadores y las guitaras, como un meteorito cruzando la ciudad, nos libra de ser condenados a marchar y, por el contrario, nos hace bailar.

No estoy seguro de si esa es la referencia pero el título y el arte de la portada me hacen pensar en las tecnologías químicas que los seres humanos hemos normalizado para aliviar ciertos malestares. También en que largo es el camino y oscura la noche pero amanecerá y llegaremos. Escuchá "Medhead" aquí:

#ItsNOTallAboutMusicRecomienda: Valesuchi

Valesuchi em Sub Rosa

Depois de quase dois anos participando de várias pistas da noite brasileira, ouso dizer que a chilena radicada no Rio de Janeiro, Valentina Montalvo aka Valesuchi -que já pude ouvir três vezes até agora- é um destaque não só da cidade, mas da cena da música eletrônica brasileira em geral. Foi chamada para substituir Dr. Rubinstein no Gop Tun Festival em São Paulo, dividindo a conta com Avalon Emerson, Eris Drew, Octo Octa, Badsista, Cashu, entre outros, e se apresentou no Creamfields Festival em Santiago do Chile.

Definir o som de Valesuchi é complicado porque seu estilo não tem limites genéricos. Parece que ela prefere provocar uma experiência além da pista de dança do que se identificar com algum gênero específico. Talvez dizer que ela é uma DJ, produtora e apresentadora de rádio com versatilidade sonora virtuosa seria um eufemismo. Prova disso é seu álbum "Tragicomic" lançado em 2019 pela Mamba Rec (selo do coletivo Mamba Negra e festa paulistana) onde sairia também em 2020 seu remix de "Pedra Preta" da banda Teto Preto e seu programa mensal "Basic Needs" na rádio inglesa Noods, que dirige há mais de dois anos.

Em 2019, Montalvo posicionou-se publicamente contra a troca injusta ou desigual com a marca holandesa de festivais Dekmantel que, após realizar duas turnês pela América Latina em 2017 e 2018, na edição 2019 em Amsterdam, dos mais de cem atos anunciados, nenhum foi latino-americano, reproduzindo a lógica colonial extrativista e eurocêntrica.

Não passou um ano do ano passado para cá, mas para Valesuchi o tempo valeu a pena: abriu o Gorillaz no Chile, iniciou seu ciclo de festas no Rio chamado Venacava, do qual já participaram Verraco e Diegors, para citar dois nomes; ela voltou a fazer turnês pela Europa e se apresentou nas três edições do festival Primavera Sound em São Paulo, Santiago e Buenos Aires, dividindo a conta com Björk, Boy Harsher, Arca, John Talabot e mais, por um motivo.


Se você estiver na Tríplice Fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina, não perca a oportunidade de vivenciar uma noite com Valesuchi no Selina, Foz do Iguaçu, em 12 de agosto, cortesia da Tangerina Studio. Ingressos aqui.